Solenidade da Epifania do Senhor
1ª Leitura – Isaías 60,1-6
Salmo – 71/72
2ª Leitura – Efésios 3,2-3.5-6
Evangelho – Mateus 2,1-12
“Ajoelharam-se diante Dele, e O adoraram!”
Comentário por Padre Simeão Maria, fmdj.
Na epifania a Igreja celebra a manifestação de Cristo aos povos de todo mundo, são representados pelos reis magos. Os três reis magos foram em peregrinação guiados por uma estrela vista no oriente.
O texto do evangelho de Mateus fala, que eles entraram na casa, viram o menino com Maria, sua Mãe. Prostrando-se, O adoraram. O caminho exterior daqueles homens tinha terminado. Eles chegaram à meta. Agora começa um novo caminho, uma peregrinação interior que muda toda a vida. Eles imaginavam um rei poderoso sentado no seu trono, com uma corte organizada. E eis que se deparam com uma criança, um recém-nascido. Tinham procurado no palácio de Herodes em Jerusalém notícias do novo rei indicado por uma estrela. Tinham a certeza de que Deus existe, que Ele é um Deus justo e benigno para com a humanidade. Talvez tivesse ouvido falar dos profetas de Israel que anunciaram a vinda de um rei que estaria em íntima união com Deus, e que em seu nome, estaria restabelecendo a ordem no mundo. Para procurar esse rei tinham empreendido uma longa viagem: eles andaram à procura do direito e da justiça, que devia vir de Deus, desejavam ouvir aquele rei, prostrar-se aos seus pés e servi-lo. Eles desejavam ver o mundo renovado. Os magos pertenciam aquela classe de pessoas que tem fome e sede de justiça (Mt 5,6). Tinham sidos impulsionados por essa fome e sede de justiça durante toda a peregrinação, tornaram-se peregrinos em busca da justiça que esperava vir de Deus.
Mesmo que os outros pudessem considera-los aventureiros e sonhadores, bem pelo contrário, eles tinham os pés no chão e sabiam que para mudar o mundo, precisava ter poder. Por isso, foram procurar o rei no palácio de Herodes em Jerusalém. Mas agora, eles inclinam-se diante de uma criança filho de pessoas pobres. Ficaram sabendo que Herodes tinha planos para matar o menino, José e Maria, os pais de Jesus, não tem outra alternativa senão, a fuga no exílio no Egito.
O novo rei, diante do qual se tinham prostrados em adoração diferenciava-se muito do conceito que eles tinham da realeza. Ao encontrar-se com Jesus recém-nascido, muda-se a ideia de realeza e também a realidade que a envolve. O poder de Deus é diferente do poder dos poderosos deste mundo. O caminho dos magos é itinerário de fé. Nesse caminho eles seguiram a estrela como instrumento que os guiou até Aquele que está acima de todos os astros. Não é suficiente conhecer as estrelas. As exigências da fé nos faz percorrer longas distâncias imagináveis. A fé exige a nossa resposta concreta. Ajoelharam-se diante dele, e O adoraram. Depois abriram seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra. Ajoelhar e Adorar é a posição correta diante de Deus. Os dons oferecidos, são como oferta da pessoa mesma, a própria pessoa faz-se dom oferecido, como hóstia viva agradável a Deus: “Eu vos exorto, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, a oferecerdes vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus: este é o vosso verdadeiro culto” (Rm 12,1).
A casa onde se encontra o Menino com a sua Mãe, é a Igreja, sacramento universal de salvação para todos os homens e mulheres, de todos os povos e nações. Os magos tendo encontrado o Menino Jesus, tomam um novo caminho, o caminho da justiça e da paz.