Carta aberta ao Monsenhor Charamsa

monsenhor-polones

Caro Monsenhor Charamsa,

Não é que a Igreja Católica seja homofóbica, é o senhor que não é católico.

Não fico indignado pelo senhor se declarar gay, pois suas preferências são problemas seus e ninguém pode julgar a orientação sexual dos outros.

Não me impressionou mesmo, o fato de que o senhor, como o mais vulgar dos traidores, tenha feito suas declarações na véspera da abertura do Sínodo sobre a família, nem fiquei chocado com o fato do senhor ter-se deixado fotografar abraçando o seu namorado. Conhecemos bem, certas manipulações são específicas de um certo mundanismo.

Aqui, o problema não é que o senhor seja gay, aqui o problema é que o senhor tem um namorado.

O que realmente me irrita não é que o senhor tenha um eventual relacionamento homossexual, o que me irrita realmente é que o senhor está tendo um caso.

O que é intolerável é que o senhor, em sua condição de presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana, teve, em paralelo e em segredo até sábado passado, um relacionamento amoroso com outra pessoa.

O senhor está exatamente na mesma posição de qualquer outro sacerdote de orientação heterossexual que escolha viver um romance com uma mulher.

Quando o senhor escolheu o caminho do sacerdócio estava bem consciente de que a adesão à Igreja Católica é incompatível com a manutenção de uma vida amorosa privada, independentemente que esta seja uma relação homo ou heterossexual.

O senhor, que é doutorado em teologia, conhecia muito bem as regras dessa Igreja que o senhor abraçou espontaneamente e sem qualquer restrição.

E, sábado passado, cuspindo veneno sobre essas regras, cuspiu no prato, em que por tantos anos, o senhor comeu.

Pessoalmente, estou acostumado com isso, porque eu também senti na minha carne, que pessoas que comeram e estudaram dentro do mosteiro e quiseram abandoná-lo de livre e espontânea vontade, hoje defendem o que escolheram assim como o senhor; não de uma maneira clara, mas de uma maneira que favoreça os seus próprios interesses.

Sabe monsenhor, me parece que o senhor se comportou como alguém que decide ser jogador de futebol, mas, ao invés de obedecer suas regras, joga com as mãos, sem ser goleiro, acusando depois o árbitro de ter sido injusto por ter-lhe aplicado uma pena pela falta cometida.

Veja monsenhor Charamsa, o senhor provavelmente será reduzido e, com razão, pelo seu Bispo diocesano, ao estado laical, mas isso para o senhor não será um grande problema, uma vez que há algum tempo atrás, em sua vida particular, já tinha deixado de ser um sacerdote católico.

Nenhuma perseguição homofóbica, nenhum preconceito; nem para com o senhor ou por qualquer outro. Foi apenas o problema de um sacerdote que não o queria ser mais!

 Respeitosamente

Pe. Eugenio Maria Pirovano La Barbera, F.M.D.J.

Prior do Mosteiro “Regina Pacis”