A Espiritualidade do deserto
A ESPIRITUALIDADE DO DESERTO
Por Padre Agostinho Maria, fmdj.
Santo Antão, considerado o pai dos monges, nascido por volta de 251, nos ajudará nesse caminho de espiritualidade do deserto. Aqui gostaria que todos entendessem que o deserto vai além do lugar geográfico, físico.
Aos 18 anos, o jovem Antão entra em uma igreja, nesse momento já órfão de pai e mãe, tendo somente sua irmã mais nova aos seus cuidados; escuta as palavras do Evangelho: “Vai, vende o que possuir, dá-o aos pobres, depois vem e segue-me” (Mt 19, 21).
Ao ouvir tais palavras seu coração se inflama de amor a Deus e o jovem toma uma decisão radical, leva sua irmã aos cuidados de umas virgens e piedosas irmãs e se retira para o deserto, ali passando por grandes provações.
Tal combate foi forte e terrível, como nos relata Santo Atanásio, seu grande biografo, mais foi vencida não por causa de sua força de vontade, nem por suas façanhas contemplativas, mas graças a sua entrega total ao poder de Jesus Cristo.
Todos que ouviam falar desse grande combatente do deserto iam à sua procura e ao encontrá-lo o via como um homem sadio, sereno e íntegro de corpo, mente e espírito. Então sua fama se espalha rapidamente e Antão é procurado por alguns discípulos para orientação espiritual, palavras de consolo e até mesmo curas.
Ao lermos os escritos que Santo Atanásio nos deixou sobre a história de Santo Antão, devemos tomar consciência do chamado para deixar nosso eu falso e compulsivo e transformar-se na Luz Pascal de Jesus Cristo.
Assim sendo, num crescente espiritual devemos deixar cada vez o deserto nos modelar e ali mesmo sabendo das dificuldades, encontrar-se e deixar ser encontrado cada vem mais com Nosso Senhor Jesus Cristo. Que a intercessão de Santo Antão nos ajude a ter coragem de combater e enfrentar o deserto.
Amém.
Fontes:
Bento XVI, Os Padres da Igreja – De Clemente Romano a Agostinho. Editora Eclesia, 2012.
Nouwen, Henry J. M., A Espiritualidade do deserto e o ministério contemporâneo – O caminho do coração. 5. ed. São Paulo, Edições Loyola,. 1997.