5º Domingo da Quaresma

Gesu_triste

1ª Leitura – Jr 31, 31-34
Salmo – Sl 50,3-4.12-13.14-15 (R. 12a)
2ª Leitura – Hb 5,7-9
Evangelho – Jo 12,20-33

“…Onde eu estou estará também o meu servo”

“Naquele tempo: 20Havia alguns gregos entre os que tinham subido a Jerusalém, para adorar durante a festa. 21Aproximaram-se de Filipe, que era de Betsaida da Galileia, e disseram: ‘Senhor, gostaríamos de ver Jesus.’ 22Filipe combinou com André, e os dois foram falar com Jesus. 23Jesus respondeu-lhes: ‘Chegou a hora em que o Filho do Homem vai ser glorificado.24Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo; mas se morre, então produz muito fruto. 25Quem se apega à sua vida, perde-a; mas quem faz pouca conta de sua vida neste mundo conservá-la-á para a vida eterna. 26Se alguém me quer servir, siga-me, e onde eu estou estará também o meu servo. Se alguém me serve, meu Pai o honrará. 27Agora sinto-me angustiado. E que direi? ‘Pai, livra-me desta hora!’? Mas foi precisamente para esta hora que eu vim. 28Pai, glorifica o teu nome!’ Então, veio uma voz do céu: ‘Eu o glorifiquei e o glorificarei de novo!’ 29A multidão que lá estava e ouviu, dizia que tinha sido um trovão. Outros afirmavam: ‘Foi um anjo que falou com ele.’ 30Jesus respondeu e disse: ‘Esta voz que ouvistes não foi por causa de mim, mas por causa de vós. 31É agora o julgamento deste mundo. Agora o chefe deste mundo vai ser expulso, 32e eu, quando for elevado da terra, atrairei todos a mim.’ 33Jesus falava assim para indicar de que morte iria morrer.”


Comentário por Padre Simeão Maria, fmdj.

A hora de Jesus é a hora da sua Paixão redentora, hora do sofrimento extremo. Ele gastou a vida vivendo as horas em prol dos outros. Somente as horas de sofrimento são verdadeiramente nossas. Mas para Jesus, todas as horas vividas não foram horas gastas em vão a serviço do próximo. A hora máxima para Ele é o momento da cruz, a hora extrema em que se cumpre a vontade do Pai. Ele fez da obediência ao seu Pai o seu pão de cada dia, amassado em sofrimento por amor a humanidade. A sua obediência ao projeto salvífico do Pai foi a garantia da nossa salvação. Em Jesus a obediência gera vida. Na hora do Templo antecipa a hora do Horto das Oliveiras. “Agora sinto-me angustiado. E que direi? “Pai, livra-me desta hora!”? Mas foi precisamente para esta hora que eu vim” (v. 27). A grande hora de Jesus é a hora do Pai, onde são manifestadas a união entre o Pai e o Filho e a imensa misericórdia. É o Pai que glorifica o Filho: “Eu o glorifiquei e o glorificarei de novo!” Agora, porque o príncipe deste mundo vai ser expulso, depois pelo triunfo da sua ressurreição.

Também nós temos a nossa hora, quando estamos em unidade com Jesus. A nossa grande hora deve se prolongar na obediência a Jesus. Imitar Cristo é ser obediente até a morte. Temos que aprender com Ele no sofrimento e na dor na difícil arte de obedecer por amor. Pela obediência a nossa personalidade humana cresce e amadurece. Mas a nossa pergunta é: até onde devemos crescer? Até chegarmos a plenitude da estatura de Cristo. Estamos em unidade com Cristo o Filho, quando fazemos a vontade de Deus. Então realiza-se em nós o seu projeto redentor. A grandeza da vida está em obedecer. Estar em Cristo, viver nele é a minha tarefa de servo.

E eu, quando for elevado da terra, atrairei todos a mim” (v. 32). Foi para isto que Jesus chegou a esta hora e nos chamou a sair de nós para o Pai. A nossa hora exige uma resposta que nos distinga e comprometa. Jesus não teve medo de comprometer-se com a história de nossa salvação para sempre. A sua elevação na cruz é o ICONE do amor apaixonado do Pai manifestado no Filho. A violência que se desencadeou contra Jesus, para tirá-lo do mundo dos vivos, resulta na sua crucifixão. O elevar-se por amor e obediência, que atrai todo olhar, não por curiosidade, mas para reconhecer n’Ele o Salvador da humanidade amada pelo Pai. Ele é o grão de trigo que cai em nossa terra para produzir o fruto da santidade. Maria a mãe santíssima do Filho diletíssimo do Pai nos dê o seu auxilio valiosíssimo em nossa caminhada neste vale de lágrimas. Aquela que é toda santa PANAGHIA, somente ela pode servir-nos de pedagoga, de mestra na fé, no amor e na esperança para guiar-nos para o Pai.