Viver como ressuscitados
“Portanto, se ressuscitastes com Cristo, procurai as coisas do alto (…); aspirai as coisas do alto, não as terrenas.” (Cl 3,1-2)
Paulo quer que o cristão tenha uma vida de ressurreição, e não qualquer vida.
Logo em seguida acrescenta: “Mortificai, portanto, tudo o que em vós pertence à terra” (v. 5), querendo dizer que é preciso nos despir do homem velho e encarnar o homem novo, que é Cristo.
Significa que para viver como ressuscitados a nossa vida do dia a dia deve tornar-se um holocausto contínuo de alegria, afastando as dificuldades e os empecilhos à união com Cristo.
Na nossa vida de relacionamento com os irmãos, existem as maiores dificuldades. Eis algumas lutas que precisamos enfrentar:
1. Queremos estar sempre com a razão. – Não podemos nos assustar com esta fraqueza. Só precisamos perceber o perigo e fugir dele, sem traumas, e agradecer por ter conseguido escapar da armadilha.
2. Queremos ser os primeiros da turma. – Primeiros em entender as coisas, primeiros nos debates, primeiros no trabalho, nos afetos. Os primeiros sempre e em todo lugar! Entendendo e aceitando que é uma atitude infantil, já é um bom começo para vencer esta dificuldade.
3. Queremos estar em forma sempre, cem por cento. – É um pecado de ingenuidade na nossa vida de relacionamento: ninguém é perfeito. Também os carros enguiçam de vez em quando; é só consertar o que não funciona e retomar o caminho! O segredo consiste em aceitar a si mesmo com realismo e serenidade.
4. Queremos ter o amor, a aceitação, a aprovação de todos… E sempre. – É um desejo impossível e absurdo. Somente no Paraíso será assim. Não é possível ser querido por todos, pela simples razão que nem todas as cabeças são iguais, nem as expectativas e as pretensões.
5. Queremos mudar a cabeça dos outros. – Toda pessoa tem o direito de ser o que ela é. Esta incapacidade de aceitar o irmão como ele é atrapalha a nossa vida, e muito mais a dos outros. A aceitação dos irmãos proporciona para eles a possibilidade de nos aceitar.
6. Queremos ser donos dos outros. – É pura bobagem a ser combatida com energia! Precisamos ser donos apenas de nós mesmos e possuir a Deus. Cada um é dono da sua vida.
7. Queremos sempre atribuir a culpa aos outros. – É um perigo muito real e rotineiro. Cada vez que cometo um erro, sou instintivamente levado a procurar um culpado, que nunca sou eu!
8. Queremos exercer o domínio sobre os outros. – Somos como as crianças, que brincando em guerrear, ninguém aceita ser soldado raso, mas todos querem mandar, pelo menos com a patente de cabo!
Refletindo um pouco, percebemos que temos muito trabalho em mandar em nós mesmos, e não podemos nos dar ao luxo de querer mandar e dominar os outros.
Fonte: O Segredo da Alegria – Andrea Gasparino
“Ajuda-me, Senhor, que minhas mãos possam ser misericordiosas e cheias de boas ações. Eu só sei fazer o bem ao próximo, tomar sobre mim o trabalho mais pesado. Ajuda-me, que o meu pé possa ser misericordioso, para que eu possa correr para ajudar o meu próximo, vencendo a própria fadiga e cansaço. Meu verdadeiro descanso está a serviço dos outros. Ajuda-me, Senhor, que meu coração seja misericordioso, para que eu possa sentir em mim todos os sofrimentos dos outros…”
Santa Faustina (Diário, 163)