Vivam um para o outro e ambos para Deus

Quando um homem se une a uma mulher, através do Sacramento do Matrimonio, eles formam uma só carne. “Assim, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, não separe o homem o que Deus uniu” – Mt 19,6. Com essas palavras, Jesus quer proteger a fidelidade entre o homem e a mulher, pois a fidelidade cria um meio de proteção e segurança, no qual a entrega se torna possível e o amor pode prosperar, e permite a cada um lançar raízes profundas nesse amor, que frutificarão para si mesmo, para o companheiro(a) e para os filhos.

Quando homem apoia sua mulher e vice-versa, eles se tornam cúmplices um do outro e o amor só tem a crescer, mas quando, num relacionamento, existe o medo de não corresponder ao parceiro(a), quando um se sente pressionado a mostrar resultados para o outro, forma, então, um ambiente de tensão, impossibilitando a entrega e enfraquecendo a unidade do casal. No entanto, no verdadeiro amor não manda ninguém, ambos obedecem.

O apoio mútuo e a fidelidade permitem ao casal superar conflitos difíceis e enfrentar as dificuldades em união, no compromisso de amor que assumiram perante Deus.

Uma vez, aprendi num encontro de casais, que o casamento tem que ser como um jogo de frescobol e não como um jogo de tênis, pois num jogo de frescobol, os jogadores são parceiros: quando jogam a bola, é com o intuito de fazer seu companheiro acertar; já no jogo de tênis, os jogadores são rivais: quando lançam a bola é com o propósito de fazer o outro errar.

Por isso, a importância do apoio mutuo e da fidelidade entre o casal, onde um cria condição para o outro crescer na sua individualidade, mas que juntos caminham num mesmo ideal. Apoiar o companheiro(a), é diferente de criar posse sobre ele, ou sobrecarregá-lo com expectativas muito grandes, é simplesmente aceitar o que ele tem de bom para oferecer e principalmente, o que ele é capaz de oferecer. Pois nenhum parceiro(a) pode realizar o anseio supremo do outro, somente Deus. Por isso, a fé é importante para que o casamento dê certo, se Deus realiza nossos anseios íntimos, o companheiro(a) não tem que ser tudo para o outro, apenas ser cúmplice e fiel a seu compromisso.

O casamento fundado na Rocha Divina, se torna morada religiosa e humana, que dá base para todos os membros da família viverem em paz, pois se sentem protegidos, seguros e quando precisam, encontram apoio e respeito familiar. A família é uma instituição sagrada, criada por Deus, é como uma semente, que precisa de cuidados constantes para crescer e se desenvolver. Por isso, num bom casamento tem que haver constância, firmeza e resistência, principalmente nessa época de incertezas, onde a fidelidade conjugal é posta em questão, taxada como um valor antiquado. Hoje a família está desprotegida e impotente, se tornou vítima do bombardeio dos meios de comunicação, onde o ato de infidelidade é explicitamente propagado pela mídia, como uma exigência excessiva. Por consequência, quando o valor da fidelidade é violado, surgem as depressões, distúrbios de medo, ataques de cólera e cenas de ciúmes, impossibilitando que o amor cresça, abrindo, assim, a chaga do divórcio.

Infelizmente, hoje em dia, é comum um casal optar pela separação e pelo divórcio, quando se depara com qualquer obstáculo que põe em risco seu casamento e sua família, escolhendo o caminho que julga ser mais fácil- a separação – antes mesmo de tentar dialogar e resgatar os verdadeiros valores que ficaram perdidos ou mesmo de ceder um para o outro. Um casamento só dá certo se repetidemente um espera o outro. Mas não!… os casais de hoje preferem seguir o caminho imposto pela sociedade moderna, que exalta e justifica todas as formas de impureza, sem se dar conta de que esse caminho trará consigo a dor e o desamor e que deixará traumas na vida dos seus filhos e de sua família. Assim vemos as famílias se destruindo, os casamentos se acabando e dando lugar a brigas, tristeza, discussões, agressões… não são mais casais, são rivais e inimigos que se ameaçam constantemente.

Todos os casais atravessam crises, mas temos que lutar pela manutenção do casamento, não deixar perder o companheiro(a), nem dissolver a família, temos que ser exemplo e estímulo para nossos filhos e para os jovens que anseiam por amor, segurança e proteção, mostrando-lhes o Verdadeiro Caminho e o valor sagrado do Matrimonio, pois quando o amor impera nas famílias, nenhum obstáculo, é capaz de vencê-lo… os obstáculos se tornam desafios, que vencidos contribuem para o crescimento e a concretização da união do casal.