A vida está jurada de morte?
“A rejeição da vida do homem, nas suas diversas formas, é realmente uma rejeição de Cristo.”
João Paulo II – Evangelium Vitae, nº 104
Estamos prestes a celebrar o Natal, a celebração da VIDA que se manifesta na fragilidade de uma criança com o nascimento do Menino Jesus. Por isso, todos nós que cremos e acolhemos Jesus em nossas vidas temos o compromisso de defender a vida em todas as suas etapas e dimensões, porque a vida não é obra humana, mas um presente de Deus.
O mundo contemporâneo – o mundo do consumismo, do invidualismo, do ceticismo – sufoca o verdadeiro Espírito Natalino e nos propõe outro tipo de celebração: o natal do consumismo, onde o que interessa é a festa! Festa da troca de presentes, festa da aparência, festa da bebedeira, festa da comilança, festa da gastança, festa da falsa alegria, onde Jesus Cristo não é convidado, onde o Nome de Jesus não é celebrado nem glorificado, porque o “aniversariante” deixou de ser o protagonista da festa há algum tempo, e passou a ser excluído e rejeitado.
É uma grande contradição querer “abortar” Jesus das nossas vidas (ainda mais no período do Natal), pois Jesus é o Senhor da Vida! Deus se fez homem na pessoa de Jesus justamente para nos dar a Vida. Todo aquele que escolhe a morte, se coloca contra Cristo e, automaticamente, a favor do demônio, porque “por inveja do demônio a morte entrou no mundo” – (Sb 2, 24).
Diariamente somos obrigados a conviver com movimentos que agridem diretamente a vida e a dignidade da pessoa humana, colocando em risco os valores cristãos e travando um verdadeiro combate entre a vida e a morte. “Nós estamos diante de sintomas alarmantes da ‘cultura da morte‘, que constituem uma séria ameaça para o futuro”, afirmou João Paulo II. Uma cultura destruidora que propõe a morte como solução de uma série de problemas.
Mas desde quando a morte é solução para algum mal? A solução é a VIDA e não a morte! Infelizmente, o mundo não crê nisto, o homem idealiza soluções fáceis para resolver seus problemas indesejados propondo a morte como remédio, mesmo que seja para pessoas humanas, criadas à imagem de Deus. Aliás, é mais frequente a ação do homem em defesa da vida de plantas e de outros animais do que em defesa do bebês não nascidos. Outra contradição é quando o homem, ao invés de recorrer à misericórdia de Deus, se coloca no lugar de Deus, numa tentação em fazer-se dono da vida, ou melhor, da morte, antecipando-a caso julgue necessário. Enquanto Deus se apresenta como Senhor da VIDA, o homem se faz senhor da morte. A que ponto chegou civilização humana sem Deus!
Essa mentalidade domina todo o mundo, inclusive o Brasil, dito o maior país católico do mundo. Em pleno Advento, precisamente no dia 29 de novembro, o povo brasileiro foi surpreendido por uma verdadeira traição dos que governam nosso país com a trágica notícia que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu descriminalizar o aborto no primeiro trimestre da gravidez. Uma traição ao povo brasileiro – de maioria cristã – e a Deus. Bem observou o Pe. José Eduardo de Oliveira e Silva, da Diocese de Osasco (SP) exclamando: “justo no Advento, quando celebramos a gravidez de Nossa Senhora, Satanás vem atacar os bebês!”.
“Quando uma maioria parlamentar ou social decreta a legitimidade da eliminação, mesmo sob certas condições, da vida humana ainda não nascida, assume uma decisão tirânica contra o ser humano mais débil e indefeso.”
São João Paulo II, Evangelium Vitae, nº 70
“É melhor buscar refúgio no Senhor, do que contar com os poderosos do mundo!”
Salmo 117
Rezemos, pois não se trata apenas de uma luta legislativa ou ideológica, mas também de uma luta espiritual. A defesa e a prática aborto são inspiradas diretamente pelo diabo que “é homicida desde o princípio”.
Supliquemos ao Senhor da VIDA, Nosso Senhor Jesus Cristo, o perdão pelo sangue de tantos inocentes injustamente derramado, que branda ao céu pedindo a vingança de Deus!
Que nossos governantes tenham consciência do milagre da vida como um dom de Deus, que deve ser respeitado desde sua concepção até sua morte natural. A vida não pode ser tratada como um produto, uma coisa ou um lixo descartável. Que essa decisão diabólica em defesa da morte de inocentes seja repensada a tempo, para não sofrermos a ira do Todo Poderoso!
Cada vez que o sangue de um bebê se derrama é um holocausto a satanás e ele fica com mais poder. Essa alma grita. A alma é madura e adulta, mesmo que não tenha olhos, nem carne, nem mesmo, um corpo formado, mas já tem uma alma completamente adulta. Esse grito tão grande, quando a estão a assassinar, estremece todo o céu; é um grito de triunfo no inferno. A cada aborto provocado, satanás adquire mais poder.
Fonte: Livro da vida – Gloria Polo