6º Domingo da Páscoa
1ª Leitura – At 10,25-26.34-35.44-48
Salmo – Sl 97,1.2-3ab.3cd-4 (R. cf. 2b)
2ª Leitura – 1Jo 4,7-10
Evangelho – Jo 15,9-17
“Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros assim como Eu vos amei!”
Comentário por Padre Simeão Maria, fmdj.
O Evangelho deste domingo situa-nos, outra vez, em Jerusalém, numa noite de Quinta-feira do mês de Nisan do ano trinta. A festa da Páscoa está muito próxima e a cidade está cheia de peregrinos. Jesus também está na cidade com o seu grupo de discípulos. Os discípulos são o fruto da obra de Jesus. Eles formam uma comunidade de homens livres, que acolheram e assimilaram a proposta salvadora que o Pai lhes apresentou em Jesus. Eles nasceram do amor do Pai, amor que se fez presente na ação, nos gestos, nas palavras de Jesus. A mensagem de Jesus na última Ceia reunido com seus irmãos é o Seu Testamento Espiritual. Esse encontro acontece em clima de despedida. Nessa hora o que predomina é o amor. Deu-se-nos nas Espécies de pão e vinho, que é seu Corpo repartido e seu Sangue derramado.
Eucaristia, caridade fraterna é o Cristo sacramentado, sinais sensíveis e reais da sua presença entre nós. O Senhor deixou-nos em memorial e testamento: o amor ao próximo. Ao partir, Ele quis deixar em nossas mãos e em nossos pés o amor ao próximo que lhe devemos. A verdade da nossa vida e do amor a Deus está na prova do amor aos outros. “Se alguém disser: amo a Deus, mas odeia o seu irmão, é mentiroso; pois quem não ama o seu irmão, a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê” (1 Jo 4,20). No amor fraterno está o vínculo que nos liga a Cristo e ao Pai. O mandamento novo de Cristo é o amor novo, a vida nova. Tudo é espantoso e novidade no Cristo ressuscitado. A novidade do mandamento novo está na medida do amor: “Como eu vos amei” (v. 12). A medida do amor não é o ser humano, mas o Cristo Jesus.
Cristo amou-nos encarnado e dando a vida por nós, como a maior prova de amor. Amar é assim. Quem quiser ser de Cristo, deve imitá-lo no seu amor pelos amigos e inimigos. Cristo amou aceitando os pessoas como elas são, ele assumiu a totalidade da vida. O cristão morre como Cristo para que o mundo creia no amor. O nosso amor ao próximo é um amor crucificado. Morremos na cruz das exigências, quando renunciamos ao egoísmo.
Amar é doar-se. Doando-nos aos irmãos em provas de estima e confiança, em servir e não esperar de sermos servidos. É preciso perder a vida para ganhar.