UMA IGREJA PARA O NOSSO TEMPO

UMA IGREJA MILITANTE PARA O NOSSO TEMPO

 Qualquer pessoa que queira completar sua luta com sucesso deve conhecer pelo menos três elementos fundamentais: as características do inimigo, suas fraquezas e as armadilhas de falsos amigos. No caso presente, na luta contra o infame e criminoso regime totalitário que está oprimindo o mundo, estamos perante um adversário praticamente imbatível no plano humano, pois pode contar com a hegemonia transnacional das finanças globalistas dos quais são servos dóceis, mas também sobre os poderes demoníacos, a cujo serviço os políticos se colocaram, se tornando, muitos deles, pertencentes ao alto escalão da maçonaria. Uma resistência eficaz não pode, portanto, ignorar a invocação das forças celestes, as únicas que podem neutralizar os inimigos invisíveis que entraram em campo graças aos seus seguidores. É um fato digno de elogio que os portuários de Trieste tenham segurado o Rosário nas mãos, rezando em círculos enquanto a polícia com uma fúria selvagem agredia pessoas pacíficas que queriam somente os direitos estabelecidos pela Constituição. Eu me pergunto, como pessoa humana, com que coragem os policiais abriram hidrantes de água gelada e jogaram gás lacrimogêneo em pessoas indefesas. Eles encontrarão a desculpa, como os nazistas, condenados à morte no tribunal de Nuremberg, dizendo que estavam obedecendo às ordens. Mas ordens injustas não podem ser obedecidas, mesmo que tenham sido ordenadas pelo Papa.

Um dos frutos positivos destas provações é que as pessoas que não o faziam há décadas voltaram a orar ou as que nunca o faziam começaram. Em qualquer caso, um discernimento agudo da situação deve ser adicionado a esta invocação indispensável do céu. Já é evidente que as autoridades civis não perseguem fins de ordem sanitária, mas de controle social. O passaporte vacinal é o primeiro passo para a introdução da identidade digital, um dispositivo que irá registrar todos os tipos de dados dos cidadãos, obviamente – pelo que foi alegado – para a proteção de sua segurança e saúde.

A inovação que pretendem alcançar é uma transição para um mundo em que nada pode ser feito sem estar registrado e conectado desde que o bom Deus o permita.

Os pontos fracos de quem luta devem ser procurados nas condições gerais da sociedade, previamente preparadas pela enorme máquina de propaganda do próprio sistema globalista. O homem pós-moderno foi “educado” para não mais reconhecer qualquer autoridade acima de si mesmo e para considerar sua opinião subjetiva como uma verdade indiscutível. Na falsa mentalidade democrática, as instituições do Estado nada mais são do que funções delegadas que liberam os indivíduos do exercício de suas responsabilidades, enquanto as liberdades de pensamento e expressão aumentam para a licença incondicional de qualquer mentira e maldade. O resultado é que muitas pessoas, tendo sido privadas de qualquer referência objetiva em um nível cognitivo e moral, são completamente submetidas às piores formas de manipulação mental e, portanto, em seu orgulho estúpido e sem limites, submetem-se passivamente às autoridades abusivas, que em vez disso deveriam ser duramente contestadas.

Outro efeito dessa deformação, por um conceito distorcido de liberdade, desprovido de objetivos e conteúdo, é a anarquia prática em que vivem as massas, fortemente intolerantes às regras legítimas que devem necessariamente regular a convivência civil, mas ao mesmo tempo propensas, em virtude da obediência cega, a obrigações e restrições tão absurdas quanto ilegítimas, impostas pela alavancagem do medo e da necessidade de adesão. Uma consciência não educada para respeitar as regras corretas como uma exigência interior, e não como uma coerção sofrida de fora, é incapaz tanto de fazer um correto discernimento quanto de tomar, com base no correto conhecimento do bem objetivo, decisões que vão contra a maré, mas em conformidade com a lei moral. Com o tempo, quem se habitua a regular-se segundo um princípio da mera legalidade acaba por se tornar indiferente aos valores mais sagrados e intangíveis, bem como aos direitos inalienáveis dos outros.

Neste terreno fértil, o sistema conseguiu desenvolver uma ética médica desumana, em que o objetivo não é mais a cura dos enfermos, mas a contenção dos gastos. Ao mesmo tempo, o pessoal de saúde foi treinado para cometer qualquer atrocidade com facilidade, aplicando protocolos uniformes, em vez de considerar as condições particulares de cada paciente para estabelecer a terapia mais adequada. Aqueles médicos que já durante o internamento, se habituaram a realizar abortos como prática hospitalar usual, tornando-se insensíveis ao espetáculo de uma criança sendo desmembrada e aspirada do útero, não hesitarão em suprimir o doente terminal com uma injeção ou deixando morrendo de fome e sede idosos abandonados em uma “residência assistida” por familiares que, em seu lugar, assinaram uma declaração, na qual rejeitam a persistência do tratamento, que aparentemente inclui também nutrição e hidratação. A eutanásia, que a mortífera esquerda pretende legalizar, de fato já é amplamente praticada.

Nessas condições, não é de surpreender que – salvo algumas felizes exceções – a classe médica seja tão ferozmente a favor da imposição de uma “vacina” que, na realidade, é uma arma biológica cronometrada. Os eventos adversos muito frequentes, cuidadosamente ocultados pelos hospitais ou teimosamente classificados como totalmente não relacionados à injeção, são essencialmente um acidente que se busca justificar como uma porcentagem inevitável de risco; os efeitos negativos mais massivos aparecerão apenas nos próximos meses e anos, de modo a parecerem desprovidos de qualquer correlação. Há alguns anos, afirmava-se publicamente, como se nada tivesse acontecido, que o homem é um parasita e que o planeta não pode suportar mais de três bilhões de habitantes?  Por que, então, ainda não entrou em colapso, com sete bilhões e meio?

Resta agora olhar para os falsos amigos, que – sabendo ou não – lançam as bases para o fracasso da luta.

É impressionante o número de esotéricos e pessoas dedicadas às práticas inspiradas na Nova Era na colorida plateia de manifestações de protesto, um verdadeiro ópio dos povos fornecido pelo próprio sistema para entorpecê-los. O Brasil, embora ainda seja majoritariamente batizado, não é mais católico. A falta de uma boa educação doutrinária e a mania de reuniões inter-religiosas de oração têm causado, além do indiferentismo, uma assustadora confusão de crenças. Muitos estão convencidos de que não há contraste entre a fé cristã e as várias doutrinas orientais, que são radicalmente imanentistas e refratárias à graça. Sempre que um termo é comum, não indica a mesma coisa, uma vez que essas cosmovisões negam qualquer transcendência do divino e a concebem como uma realidade impessoal na qual a alma, para encontrar a paz, deve se dissolver.

O único antídoto eficaz é a oração oferecida com fé correta de acordo com a única doutrina verdadeira, a católica de todos os tempos, fora da qual não há salvação. Com práticas desse tipo a situação se agrava ainda mais, pois a porta se abre ainda mais para a ação dos espíritos malignos. Dado que as pessoas capturadas pelo mundo fumegante da gnose perdem a capacidade de raciocinar corretamente, nada se adianta tentando dialogar com elas: qualquer objeção é neutralizada por discursos marcados pelo sincretismo, numa perspectiva de relativismo absoluto. A única solução é romper todas as relações, para não ser arrastado para o mesmo pântano; trata-se de amigos ou parentes, a graça de sua iluminação pode ser pedida a São Judas Tadeu, patrono das causas humanamente desesperadas.

Outro sério inconveniente é a propensão a atitudes não violentas de inspiração gandhiana, segundo uma doutrina que, no caso da Índia, se mostrou eficaz não tanto para si mesma, mas para o efeito do plano que buscam iniciar a descolonização em vista de uma nova ordem geopolítica. Então quando tivermos que lidar com governadores e prefeitos que obrigam estados e cidades inteiras ao lockdown, após terem permitido formações de extremistas violentos, no passado recente, durante os governos de Lula e Dilma, para colocar o Brasil em situação de extrema pobreza, enquanto eles, os governantes, enchiam os bolsos de milhões.

Certamente não se trata de pensar a insurreição armada (hipótese inviável nos dias de hoje, dado o avanço vertiginoso da tecnologia militar, aliás, desconhecida do público), mas de implementar estratégias de resistência mais ativas, barricando-se em lugares que não são facilmente conquistados e provendo-se de meios ofensivos, mesmo que inofensivos. Se os cidadãos são atacados por aqueles que deveriam protegê-los, é inteiramente legítimo implementar a legítima defesa, como aconteceu no México durante a “Cristiana”, aprovada pelo Papa Pio XI. À la guerre, comme à la guerre …

De resto, não nos surpreendamos em absoluto com o assentimento ensurdecedor do clero aos políticos, eles sempre foram cúmplices do sistema globalista, que os utilizou como agentes de sua estratégia de destruição da ordem; a tolerância em relação a eles não pode ser explicada de outra forma.

Numa época em que pessoas comuns e trabalhadores honestos são massacrados por leis injustas e lockdown, vários, encontramos valentes leigos católicos, como o Centro Dom Bosco no Rio de Janeiro, o Instituto Plínio Correia de Oliveira, para citar apenas dois, e o valente clero silencioso e dissidente a quem vai toda a nossa estima e respeito. Não nos escandalizemos se um ou outro Bispo, um e outro sacerdote parecem aderir a este abuso e injustiça: a formação modernista tem o efeito de uma verdadeira castração mental e operacional. Aqueles que, por pura graça, se desintoxicaram do programa de doutrinação não devem se orgulhar, mas continuar com humilde sabedoria no trabalho de inspiração e encorajamento dos que lutam na linha de frente, na esperança de não serem condenados à reeducação forçada pela hierarquia da Igreja em saída, serva dos banqueiros.