29º Domingo do Tempo Comum
Leituras:
1ª Leitura – Is 45,1.4-6
Salmo – Sl 95,1.2a.3.4-5.7-8.9-10a.c (R. 7ab)
2ª Leitura – 1Ts 1,1-5b
Evangelho – Mt 22,15-21
“Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.”
“Naquele tempo: 15Os fariseus fizeram um plano para apanhar Jesus em alguma palavra. 16Então mandaram os seus discípulos, junto com alguns do partido de Herodes, para dizerem a Jesus: ‘Mestre, sabemos que és verdadeiro e que, de fato, ensinas o caminho de Deus. Não te deixas influenciar pela opinião dos outros, pois não julgas um homem pelas aparências.17Dize-nos, pois, o que pensas: É lícito ou não pagar imposto a César?’18Jesus percebeu a maldade deles e disse: ‘Hipócritas! Por que me preparais uma armadilha? 19Mostrai-me a moeda do imposto!’ Trouxeram lhe então a moeda. 20E Jesus disse: ‘De quem é a figura e a inscrição desta moeda?’ 21Eles responderam: ‘De César.’ Jesus então lhes disse: ‘Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.’ ”
Comentário por Padre Simeão Maria, fmdj.
O Evangelho ensina que o homem, é chamado a cumprir com zelo e fidelidade as suas tarefas terrestres. Pois o Reino dos Céus não é deste mundo. O cristão vive comprometido na promoção da cidadania no meio em que está inserido, trabalhando para o bem comum, sem perder de vista a cidade celeste, ou seja, a sua pátria definitiva. Cumprir os deveres para com Deus é o começo, que demonstra que reconhecemos Deus como senhor que dirige a nossa vida.
Jesus responde a pergunta que lhe foi dirigida sobre se devia pagar o imposto a César ou não, Ele dá uma resposta surpreendente, que ninguém esperava, que não lhe foi pedida. O Senhor sempre nos coloca um “mas” ou um “mais”, que faz cair as nossas máscaras dos condicionamentos políticos e rasteiros, para fazer-nos refletir sobre a lógica do Reino dos Céus. César e Deus não se coloca no mesmo plano. Perante o poder político Deus é o Senhor. Dar a Deus o que é de Deus significa aceitar com convicção de fé as exigências do Reino.
As moedas romanas têm a imagem de César: que sejam dadas a César. O homem, não tem gravada em si próprio a imagem de César, mas sim a imagem de Deus (Gn 1,26-27: “Deus disse: ‘façamos o homem a nossa imagem e semelhança’… Deus criou o ser humano a sua imagem, criou-o a imagem de Deus”): portanto, o homem pertence somente a Deus, deve entregar-se a Deus e reconhecê-lo’ como o seu único senhor.
Jesus recusa-se a entrar num debate de cunho político e coloca a questão a um nível mais profundo e mais exigente. Na abordagem de Jesus, a questão deixa de ser uma simples discussão acerca do pagamento de um imposto, para se tornar um apelo a que o homem reconheça Deus como o seu senhor e realize a sua vocação essencial de entrega a Deus (ele foi criado por Deus, pertence a Deus e transporta consigo a imagem do seu senhor e seu criador). Jesus não está preocupado, sequer, em afirmar que o homem deve repartir equitativamente as suas obrigações entre o poder político e o poder religioso; mas deixa claro que o homem só pertence a Deus e deve entregar toda a sua existência nas mãos de Deus. Ele separa a religião da política, o poder religioso do temporal.
O cristão configurado a Cristo pelo batismo busca imitá-lo, lutando na vivência do quotidiano em meio as vicissitudes da vida, as debilidades e fraquezas. Mas alimentando-se com o pão da Palavra e pão Eucarístico.
“Tota pulchra es Maria et macula originalis non est in Te.”