27º Domingo do Tempo Comum
Leituras:
1ª Leitura – Is 5,1-7
Salmo – Sl 79,9.12.13-14.15-16.19-20 (R. Is 5,7a)
2ª Leitura – Fl 4,6-9
Evangelho – Mt 21,33-43
O Pai é o agricultor (Jo 15,1)
“Naquele tempo, Jesus disse aos sumos sacerdotes e aos anciãos do povo: 33Escutai esta outra parábola: Certo proprietário plantou uma vinha, pôs uma cerca em volta, fez nela um lagar para esmagar as uvas e construiu uma torre de guarda. Depois arrendou-a a vinhateiros, e viajou para o estrangeiro.
34Quando chegou o tempo da colheita, o proprietário mandou seus empregados aos vinhateiros para receber seus frutos. 35Os vinhateiros, porém, agarraram os empregados, espancaram a um, mataram a outro, e ao terceiro apedrejaram. 36O proprietário mandou de novo outros empregados, em maior número do que os primeiros. Mas eles os trataram da mesma forma. 37Finalmente, o proprietário, enviou-lhes o seu filho, pensando: `Ao meu filho eles vão respeitar’. 38Os vinhateiros, porém, ao verem o filho, disseram entre si: ‘Este é o herdeiro. Vinde, vamos matá-lo e tomar posse da sua herança!’ 39Então agarraram o filho, jogaram-no para fora da vinha e o mataram. 40Pois bem, quando o dono da vinha voltar, o que fará com esses vinhateiros?’ 41Os sumos sacerdotes e os anciãos do povo responderam: ‘Com certeza mandará matar de modo violento esses perversos e arrendará a vinha a outros vinhateiros, que lhe entregarão os frutos no tempo certo.’ 42Então Jesus lhes disse: ‘Vós nunca lestes nas Escrituras: ‘a pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular; isto foi feito pelo Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos’? 43Por isso eu vos digo: o Reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que produzirá frutos.”
Comentário por Padre Simeão Maria, fmdj.
No Evangelho deste domingo, Jesus retoma a imagem da “vinha”. Critica fortemente os líderes judaicos que se apropriaram em benefício próprio da “vinha de Deus” e que se recusaram a devolver a Deus os frutos que Ele tem direito de receber. Jesus anuncia que a “vinha” vai ser retirada e vai ser confiada a trabalhadores que produzam e que entreguem a Deus os frutos que Ele espera. A vinha é o mundo todo. A primeira plantação foi o povo de Israel, povo escolhido como predileto, eleito, amado e cuidado com carinho e solicitude. Deus enviou a Israel reis e profetas como empregados zelosos e diligentes, para receber no tempo certo o frutos produzidos que lhe pertenciam. Os frutos que são simbolizados pelas uvas, são as virtudes, que se apoiam na justiça e na retidão.
No final, o Pai enviou o seu Filho único, o muito amado; “Veio para o que era seu, mas os seus não O receberam’ (1,11). Regada e fecundada com o precioso sangue de Jesus Cristo, nasceu a Igreja, como nova vinha replantada para o Pai pelo amor do Filho. Eis que, com a vinda do Unigênito do Pai, surgem outros agricultores. Eles acolheram a sua Mensagem e acreditaram em seu Nome (Jo 1,12). Por isso lhes foi dada a vinha, entrando a ter parte na mesma herança. A Igreja é um povo de herdeiros, herdeiros de Deus, co-herdeiros com Cristo (Rm 8,17). Pelo sangue de Cristo, o Filho que foi rejeitado, o Pai adquiriu para si um novo povo. Temos a responsabilidade de produzirmos para o Reino. A pergunta é: Como temos produzido frutos para a maior glória de Deus? A nossa resposta somente pode ser a irrenunciável postura do testemunho quotidiano, na normalidade do dia-a-dia, na nossa vivência do nosso batismo.
Só podemos produzir frutos se permanecermos ligados a Cristo Jesus, enraizados n’Ele. É o próprio Jesus que frutificou, dando a vida por nós por amar-nos até o fim (Jo13, 1). Pelo Espírito Santo, Ele (Cristo), vive e trabalha em nós a solicitude do Pai. “Vós sois a lavoura de Deus” (1 Cor 3,9). A Eucaristia é o vinho novo da verdadeira Vide. Quem dela beber dará muito fruto. Cristo Jesus em nós é o fruto da vinha. Comungar do seu sangue é estar inserido em sua herança.
Louvados sejam Jesus e Maria!